"O mundo é formado não apenas pelo que já existe, mas pelo que pode efetivamente existir." Milton Santos - Geógrafo..

segunda-feira, 16 de maio de 2011

EUROPA

Entenda a crise na Europa

(Texto complementar 9º ano EFII)

Governos de Portugal, Itália, Grécia, Irlanda e Espanha estão endividados

A crise financeira mundial que teve início nos Estados Unidos e atingiu o auge em setembro de 2008 agravou os problemas financeiros de alguns países da Europa como Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha.
 
Com o objetivo de diminuir os impactos da crise sobre suas economias, esses países ajudaram os setores mais críticos com pacotes bilionários, que evitariam perdas de empregos e atenuariam os efeitos negativos das turbulências no setor financeiro. Com tantos pacotes de ajuda, a arrecadação destes governos diminuiu e eles ficaram mais endividados.
 
O caso da Grécia é o mais complicado, porque o país já vinha apresentando, antes da crise financeira mundial, problemas fiscais e alto endividamento público. A dívida grega é maior do que o próprio PIB (Produto Interno Bruto, a soma de tudo que uma nação produz) do país. É a mesma situação que enfrenta um cidadão comum que já gastou todo o salário e recorre a todos os limites de cartão de crédito e de cheque especial: ele fica sem ter de onde tirar recursos para quitar todas as suas dívidas.

Em 2009, segundo estimativas, o país grego acumulou uma dívida de aproximadamente R$ 700 bilhões (300 bilhões de euros). Ou seja, fechou o ano devendo mais do que gerou de riquezas – no ano passado o PIB grego chegou a cerca de R$ 600 bilhões (255,3 bilhões de euros), segundo dados do CIA World Factbook (compilação de dados feita pela Agência Central de Inteligência dos EUA). A dívida pública de um país é composta pelos empréstimos tomados pelo governo que ainda precisam ser pagos.

Com a crise que abalou a economia mundial, o país passou a enfrentar problemas para arrecadar impostos, uma vez que empresas começaram a quebrar, o desemprego aumentou e o consumo caiu. Com isso o chamado déficit (quando mais dinheiro sai do que entra) no Orçamento do país cresceu, e a capacidade de pagar seus credores ficou comprometida. 

Países como Espanha, Portugal, Irlanda e Itália também estão com endividamento alto, bem acima do limite imposto pela União Europeia, e têm dificuldade de tirar as contas do vermelho.

Além disso, pelas regras da União Europeia, as contas públicas dos países do bloco não podem ter um saldo negativo superior a 3% do PIB (Produto Interno Bruto, a soma de todas as riquezas produzidas por uma nação). Mas vários países ultrapassaram esse limite.
Na Grécia, o rombo na conta do governo chegou a equivaler a 13,9% do PIB em 2009, segundo a agência europeia de estatísticas (Eurostat). Para que a economia do país não quebrasse, levando consigo o euro, a União Europeia teve de aprovar um pacote de socorro ao país, financiado, sobretudo, pela Alemanha. 
 
Para evitar um aprofundamento ainda maior das dívidas, os governos desses países estão anunciando pacotes de austeridades, o que inclui aumento de impostos e reduções de salários, medidas que têm gerado insatisfação popular e protestos.

Em maio, o Parlamento grego anunciou cortes no Orçamento de R$ 68,40 bilhões (30 bilhões de euros) em três anos. A Itália foi outro país que também anunciou um plano de austeridade, no valor de R$ 54,9 bilhões (24 bilhões de euros), para os próximos dois anos. Portugal e Espanha também adotaram, quase que simultaneamente, pacotes com cortes no Orçamento e nas despesas. Os portugueses vão economizar R$ 4,523 bilhões (2 bilhões de euros) este ano, enquanto os espanhóis anunciaram uma economia de R$ 34 bilhões (em torno de 15 bilhões de euros) em 2010 e 2011.
 
Para amenizar os possíveis desdobramentos da crise e contágio para outras nações do bloco, os países da União Europeia e o FMI aprovaram um pacote de socorro no valor de R$ 1,75 trilhão (750 bilhões de euro).

http://noticias.r7.com/economia/noticias/entenda-a-crise-na-europa-20100526.html

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