"O mundo é formado não apenas pelo que já existe, mas pelo que pode efetivamente existir." Milton Santos - Geógrafo..

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

China passa Japão e é 2ª maior economia mundial

O governo japonês divulgou nesta semana o balanço econômico de 2010 e confirmou a perda do posto de segunda maior economia mundial para a China, posição essa ocupada por mais de 40 anos.
De acordo com dados oficiais, o Produto Interno Bruto (PIB) do Japão em 2010 ficou em US$ 5,474 trilhões. Já a China fechou o ano com um acumulado de US$ 5,8786 trilhões.
A queda nas exportações e no consumo interno, desencadeada pela recessão de 2008/2009, prejudicou o desempenho do Japão. Já a China teve um excelente desempenho no setor manufatureiro.
O índice de crescimento da China gira em torno dos 10% há alguns anos. Se o ritmo continuar assim, analistas dizem que o país asiático tomará o posto dos Estados Unidos de líder mundial em aproximadamente uma década.
 

http://www.geomundi.org/?p=2493

LÍBIA

Crise na Líbia tem potencial de desestabilizar economia global
 
Na condição de 12º maior exportador de petróleo do mundo, a Líbia tem potencial de desestabilizar a economia global, se os protestos antigoverno que terminaram em violência interromperem o fornecimento do produto.
Desde que a suspensão das sanções impostas pela ONU e pelos EUA puseram fim ao status de pária do Estado líbio, investidores estrangeiros voltaram em bando ao país, ao longo dos últimos cinco anos - incluindo grandes petroleiras como a BP e a Exxon Mobil.
Mas a BP, por exemplo, está tão preocupada com a crise atual que está planejando retirar funcionários do país.
A empresa, que emprega 40 estrangeiros na Líbia, pretende retirar familiares de empregados e funcionários considerados não essenciais ao longo dos dois próximos dias.
A BP assinou um contrato com a Corporação de Investimento da Líbia, em 2007, para explorar duas áreas, uma envolvendo perfuração em águas profundas na Bacia de Sirte, no Mar Mediterrâneo, e outra no deserto no oeste do país.
Apesar de as operações da BP ainda não terem levado à produção real de petróleo no local, a Bacia de Sirte é responsável pela maior parte da produção no país. O local contem cerca de 80% das reservas comprovadas de petróleo líbias, que chegam a 44 bilhões de barris - as maiores da África.
A Líbia também se beneficia por ter o tipo de petróleo cru leve que negociadores internacionais gostam, com pouco enxofre e uma gravidade específica que torna o produto ideal para transformação em gasolina e diesel.
E como apenas um quarto do vasto e pouco populoso território do país foi explorado, há muito para animar a indústria.
Mais da metade do PIB da Líbia vem dos setores de petróleo e gás natural, que respondem por mais de 95% das exportações do país, de acordo com o Banco Mundial.
Antes de a crise começar, a economia do país passava por um boom. O Fundo Monetário Internacional (FMI) acredita que a Líbia tenha crescido 10,6% ano passado, e que venha a crescer cerca de 6,2% em 2011.
Mas uma das principais razões por trás dos protestos é que essa enorme riqueza não está passando para as mãos da população.
De acordo com algumas estimativas, cerca de um terço dos líbios vive na pobreza. Não é incomum no país que as pessoas tenham dois empregos - devido aos baixos salários - apesar de cidadãos terem direito a sistema de saúde e outros benefícios de forma gratuita.
Desde que a Líbia retornou ao cenário dos negócios internacionais - após pagar indenização para as vítimas do atentado contra um avião que caiu em Lockerbie, em 1988 - as expectativas cresceram entre a população. Muitos pensavam que o fim do isolamento significaria aumento da qualidade de vida. Até agora, a espera foi em vão.

CHINA 2

INFOGRÁFICO SOBRE A CHINA

TAIWAN

Uma nação ou uma província chinesa?

A questão de Taiwan teve origem com a vitória da Revolução Chinesa em 1949, a derrubada do governo de Chiang Kai-shek e a instauração do governo socialista de Mao-Tsé Tung. Chiang Kai-shek, que governou a China desde 1927, refugiou-se com seu Estado Maior e cerca de 2 milhões de chineses na ilha de Taiwan ou Formosa, situada a 130 km do litoral da parte continental da China e separada desta pelo estreito do mesmo nome. Formou-se na ilha um governo autônomo com o apoio dos Estados Unidos.
A partir desse período, a China seguiu dividida em duas: República Popular da China (a parte continental) e a China Nacionalista ou Taiwan (parte insular). Elas representavam os dois lados da Guerra Fria. A China Popular aliou-se à URSS até 1960 e depois seguiu seu próprio caminho.
Desde então, as duas Chinas vivem numa situação de hostilidade, ocorrendo, inclusive, conflitos armados nos primeiros anos de sua divisão. A China Nacionalista, porém,
assegurou sua existência através do estreitamento das relações com os Estados Unidos. Em 1954, os EUA e Taiwan assinaram um acordo de defesa mútua, após o intenso bombardeio do estreito de Formosa pela República Popular da China, nesse mesmo ano.
Ganhos e perdas de Taiwan
Desde a década de 1970, Taiwan tem se destacado no cenário econômico mundial pelo desempenho invejável. Formava, ao lado de outros três países do Pacífico - Coréia do Sul, Hong Kong e Cingapura - o bloco dos primeiros "tigres asiáticos", assim chamados por terem dado um salto no desempenho econômico, com taxas de crescimento excepcionais, além de uma política agressiva de disputa no mercado externo. Os taiwaneses conquistaram padrões de vida bem próximos aos dos países desenvolvidos, contrastando com a dura realidade vivida pela população da China continental. Do ponto de vista geopolítico, porém, Taiwan acumulava derrotas. Em 1971 foi substituída pela República Popular da China na ONU e, em 1979, os Estados Unidos transferiram a sua embaixada de Taipé (capital de Taiwan) para Pequim (capital da China Popular), devido ao restabelecimento de relações diplomáticas com o país socialista. Nesse mesmo ano, os Estados Unidos anularam o Tratado da Defesa que mantinham com a ilha e desativaram a sua base militar. Apesar disso, o governo de Taiwan continuou contando com o compromisso de apoio e proteção militar norte-americana.
Nação ou província chinesa?
Chinag Kai-Shek, líder do Partido Nacionalista (Kuomintang), governou Taiwan até 1975, com poderes ditatoriais. Mesmo após a sua morte, nesse mesmo ano, a ilha continuou a ser controlada pelo Kuomintang. Somente na década de 1990 o país passou por um processo de democratização, abrindo espaço para outras agremiações políticas. Em 2000, o Partido Democrático Progressista (PDP) conquistou o poder através de eleições livres, sob o comando de Chen Shui-bian. O PDP sempre manifestou posição favorável à independência em relação à China Popular, que lhe rendeu os votos da maioria da população taiwanesa e assegurou a reeleição de Chen, em 2004.
Taiwan tem governo próprio, eleito democraticamente, instituições independentes, moeda nacional, forças armadas, participa ativamente do comércio internacional e é membro da APEC (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico). Para efeitos práticos, é um Estado soberano, mas apesar disso não é reconhecido pela ONU e pelas principais organizações internacionais. Mantém relações diplomáticas com 26 países apenas. A China Popular considera Taiwan uma província rebelde, uma parte inalienável do seu território. Nos últimos anos, tem se empenhado ostensivamente no projeto de reunificação, inclusive recorrendo ao uso da força, caso isso seja inevitável. Desde a década de 1990, tem realizado manobras militares no estreito de Taiwan, no sentido de reforçar a sua disposição de impedir qualquer tentativa de independência.
Um país, dois sistemas
Em busca de uma solução pacífica, contudo, Pequim propõe o conceito de "um país, dois sistemas": o socialista no continente e o capitalista em Taiwan. Em tese, isso permitiria a Taiwan adotar as suas políticas econômicas e manter as suas instituições, com relativa autonomia.
Do outro lado do estreito, o atual presidente taiwanês não ousa declarar publicamente a independência ou tomar qualquer decisão contra a reunificação com a parte continental. No entanto, tem manifestado que qualquer atitude a esse respeito dependerá de um processo livre e democrático, cuja deliberação cabe a 23 milhões de pessoas que vivem em Taiwan, em sua maioria simpática à causa separatista. A perspectiva de uma só China no futuro, declara Chen, deverá ser fruto de negociações em bases iguais.
Taiwan conta, ainda, com o apoio dos Estados Unidos que consideram a ilha estratégica para sua influência na região da Ásia-Pacífico. Além disso, é determinação do Congresso norte-americano defender a ilha de qualquer ameaça militar externa.
Lei Anti-Secessão
Em março de 2005, um novo agravante tem colocado em risco as delicadas relações entre as duas Chinas. A Assembléia Nacional Popular, parlamento da China Continental, aprovou uma lei anti-secessão. Essa lei autoriza o uso da força contra Taiwan, caso esta declare a sua independência formal.
A iniciativa reforça as hostilidades entre os dois governos e coloca os Estados Unidos em situação delicada. Não está nos planos dos americanos um conflito direto com a China, que, por outro lado, não deverão ficar impassíveis a China invada Taiwan e busque a reunificação por meios bélicos.
Desde 2004, o governo norte-americano vem fortalecendo a cooperação militar com Taiwan e tem feito pressões sobre a União Européia para que não suspendam o embargo à venda de armas à China continental, imposto desde o massacre da Praça da Paz Celestial, ocorrido em 1989, quando a população chinesa saiu às ruas para exigir liberdades democráticas. O governo de Washington procurou, também, envolver e comprometer o Japão na defesa de uma Taiwan independente: os japoneses têm interesses estratégicos no estreito, por onde circula boa parte das mercadorias negociadas por este país no mercado internacional.
A maioria dos analistas acredita que a Lei Anti-Secessão é mais um jogo de cena da China Popular. Essa lei não acrescenta nada além do que o governo chinês sempre declarou neste pouco mais de meio século de tensão entre as duas China. Existe ainda um outro componente que funciona como bloqueador de ações beligerantes: as intensas relações e interesses econômicos existentes entre todos os países que poderiam ser envolvidos pelo agravamento da questão taiwanesa.

CHINA

Economia e história da potência

 

A China está em evidência. É capa de jornais e revistas e tema de documentários em toda parte do mundo. Não é à toa, pois o crescimento econômico chinês e seus impactos atraíram, nas últimas duas décadas, toda a atenção mundial. O PIB chinês, em 2006, superava o do Reino Unido, França, Itália e Canadá, países do G-7. As taxas de crescimento econômico chinesas, há mais de 20 anos, têm sido as mais elevadas do mundo.
A China vive o impacto de profundas transformações sócio-culturais. O cenário é de uma economia moderna. Nas ruas circulam carros importados e pessoas agarradas em seus telefones celulares. As lojas expõem mercadorias em abundância e chineses dispostos a comprar atropelam-se em grandes magazines e shopping centers. Butiques de grife, redes de fast-food também formam a moldura da paisagem urbana.
O início das transformações
A morte de Mao Zedong, em 1976, selou a trajetória socialista chinesa, que não chegou a completar 30 anos. Neste período, o socialismo em todo o mundo já começava a dar sinais de esgotamento e a China foi pioneira na promoção das mudanças que levariam à transição para a economia capitalista. Não foi uma transição simples. As disputas foram acirradas entre aqueles favoráveis às reformas e a ala minoritária e conservadora do Partido Comunista Chinês.
O grupo reformista, liderado por Deng Xiaoping, assumiu a liderança. A China de Deng
implementou a economia de mercado, permitiu a propriedade particular para o desenvolvimento das atividades econômicas, nas Zonas Econômicas Especiais (ZEE) e nas Zonas de Comércio Aberto (ZCA).
As Zonas de Comércio Aberto são regiões que, além do livre mercado, estão abertas ao comércio exterior e à entrada de multinacionais, desde que respeitadas as restrições de associarem-se ao governo ou a empresários chineses por meio de joint ventures.
As empresas são atraídas pelos baixos impostos, facilidades burocráticas para exportação e importação, mão-de-obra industrial muito barata com longa jornada de trabalho, o que torna os preços dos produtos de baixo aporte tecnológico imbatíveis no mercado internacional. A partir da década de 1990, instalaram-se montadoras de automóveis, como Volkswagen e General Motors, as de equipamentos elétrico-eletrônicos e de hardwares.
Hoje a China lidera as exportações mundiais de vestuário, calçados, brinquedos, produtos eletrônicos e já ameaça o mercado mundial de produtos químicos, máquinas e equipamentos industriais, satélites e softwares.
A China atrai investimentos do mundo inteiro, inclusive do Brasil, e a presença da nova economia chinesa no mercado mundial tem causado impactos no mercado de trabalho de diversos países: empresas fecharam suas unidades produtivas e as deslocaram para lugares que oferecem menor custo e maior rentabilidade. A China tem sido o destino preferencial destas empresas, inclusive algumas brasileiras.
O modelo chinês
A China explica que o seu sistema econômico adapta mecanismos de mercado ao socialismo, através do da forte presença do Estado que fomenta a economia e o desenvolvimento social. Um capitalismo controlado pelo Partido Comunista.
As fazendas coletivas foram distribuídas aos camponeses e foi permitida a produção para o mercado. No entanto, o poder sobre as terras pertence ao Estado e a posse pode ser transferida para outro agricultor.
Mesmo nas áreas urbanas a propriedade do solo permanece do Estado. Ser dono de um imóvel na China é ser proprietário das construções realizadas sobre o solo e adquirir o direito de utilizar o terreno por um prazo de 90 anos.
Difícil encaixar a China atual num determinado sistema econômico. É melhor usar o termo sistema chinês. A constituição chinesa afirma que a China é um socialismo de mercado. Outros afirmam que o que existe de fato é um sistema capitalista controlado
pelo Estado. De fato, a economia de mercado está em contradição com o controle estatal. Por outro lado, o socialismo teve origem no combate às desigualdades econômicas e sociais produzidas pelo mercado e, embora parcela significativa da população chinesa tenha sido beneficiada pelo crescimento econômico, os contrastes sociais são muito mais evidentes.
A contradição entre economia socialista (planificada pelo Estado) e economia capitalista (baseada no mercado) passou a ser vista pelo governo chinês como uma besteira. Deng Xiaoping chegou a declarar a esses respeito que: "Não importa a cor do gato, importa que ele pegue o rato".
O Estado foi o principal instrumento da modernização acelerada que transforma diariamente a paisagem da China. O ritmo da economia chinesa exige construções permanentes ou reaparelhamentos de portos, rodovias, estradas de ferro, aeroportos e usinas de energia.
Repressão e censura
As conquistas econômicas não foram acompanhadas por reformas democráticas e maior participação política. O controle do PCC (Partido Comunista Chinês) permanece inabalável. Em 1989, uma ampla manifestação estudantil pró-democracia foi esmagada com tanques e fuzis. Sindicatos e greves são proibidos e qualquer manifestação é violentamente reprimida. Muitos militantes por direitos civis exilaram-se. A liberdade de expressão é inexistente e as críticas ao governo chinês são severamente punidas com prisão ou morte.
O conteúdo da internet é totalmente controlado pelas autoridades locais através de filtros que bloqueiam o acesso a determinados sites na Web. A Google, para entrar neste mercado, teve que se adaptar à regulamentação e ao controle das autoridades e restringir seus conteúdos de busca disponíveis. Além disso, não hospedará blogs nem correios eletrônicos.
De acordo com a Anistia Internacional, a China foi responsável por 80% das aplicações da pena de morte realizadas no mundo no ano de 2005, e faz parte da lista dos países em que alguns condenados tem menos de 18 anos de idade.