"O mundo é formado não apenas pelo que já existe, mas pelo que pode efetivamente existir." Milton Santos - Geógrafo..

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

DIVISÃO DO PARÁ

Entenda o plebiscito que pode dividir o Pará

Os eleitores do Pará vão às urnas no dia 11 de dezembro para decidir, por meio de um plebiscito, se querem a divisão do Estado em dois ou três territórios diferentes.
Na votação, cerca de 4,6 milhões de eleitores paraenses vão decidir se o Pará vai se desmembrar e dar origem aos Estados de Tapajós (oeste do atual Estado) e Carajás (sul). 
Dependendo do resultado da votação, pode ser criado apenas mais um Estado, e o restante fica como área do Pará. Caso sejam criados as duas novas áreas, o Pará remanescente da divisão ficaria com 17% de sua atual extensão territorial.

 
Na urna eletrônica eles terão de responder as seguintes perguntas: 1) Você á favor da divisão do Estado do Pará para a criação do Estado do Tapajós?; e 2) Você á favor da divisão do Estado do Pará para a criação do Estado do Carajás?
Dependendo do resultado, o Estado pode ser dividido em mais dois territórios ou apenas um, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Os números 55 e 77 corresponderão à manifestação positiva ou negativa às perguntas apresentadas na urna eletrônica. Desde setembro, a população têm acesso às campanhas informativas (do TSE) e publicitárias (das frentes pró e contra).
No entanto, a criação ou não dos futuros Estados depende do Congresso Nacional, que terá a palavra final. A criação de Tapajós e Carajás depende da edição de lei complementar, conforme a Constituição Federal de 1988.
 
QUEM VOTA
O STF (Supremo Tribunal Federal) definiu no dia 24 de agosto que toda a população do Pará deve ser ouvida no plebiscito sobre a divisão de sua área para a criação de Tapajós e Carajás, e não só a parcela dos cidadãos que poderá integrar os novos Estados.
O supremo entendeu que todos que hoje vivem no Pará serão diretamente afetados com a possível criação dos novos Estados e, portanto, devem se pronunciar.
No dia da consulta popular, os votantes deverão comparecer às suas respectivas seções eleitorais das 8h às 17h. Quem não comparecer terá de justificar a ausência nos 60 dias seguintes ao da votação.
 
ENTENDA O PROCESSO DE DIVISÃO
Quase dois séculos depois, o Pará reedita a Cabanagem, revolta do século 19 em que índios, negros e mestiços tomaram o poder na então província. Os novos rebeldes querem separar as regiões oeste e sul e fundar os Estados de Carajás e Tapajós.
A insurgência nasceu com o sentimento de abandono político e isolamento territorial e a desigualdade econômica entre a capital, Belém, e regiões remotas do interior.
Mas há diferenças históricas entre os dois projetos de Carajás e Tapajós.
O primeiro é capitaneado por uma elite econômica nova e poderosa, que quer gerir os recursos minerais e a forte agropecuária da região.
O segundo tem maior legitimidade, pois nasceu há 150 anos, mas carece do tônus econômico do vizinho.
Contra ambos estão empresários e políticos da região metropolitana de Belém, que não aceitam perder 86% da área e 44% do PIB.
O governador do Estado, Simão Jatene (PSDB), apontado como contrário à divisão, tem procurado se manter neutro, mas recomenda cautela no debate acalorado.
Será a primeira vez que, no Brasil, um plebiscito vai decidir sobre a criação de novos Estados, e só agora as regras estão ficando claras. Uma delas foi um revés para partidários do "sim": a consulta será no Estado todo, não só nas regiões que querem se separar

http://www1.folha.uol.com.br/poder/1004674-entenda-o-plebiscito-que-pode-dividir-o-para.shtml

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

IDH

Progresso do IDH ocorre à custa do aquecimento global

De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano 2011, países com melhoria mais rápida do IDH também passam por um aumento mais célere das emissões de dióxido de carbono

Benedito Sverberi
Trabalhador indiano bebe água de uma bica em fábrica de tijolos da vila de Togga, em Chandigarh, norte do país
Efeitos adversos do aquecimento global afetarão mais os pobres (Ajay Verma/Reuters)

Nas próximas décadas, a degradação ambiental pode botar a perder parte das conquistas dos últimos quarenta anos no terreno do desenvolvimento O Relatório de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) referente a 2011, divulgado nesta quarta-feira em Copenhague, traz uma seção especial sobre os desafios que a melhoria dos indicadores de renda, educação e saúde no mundo impõem para o controle da degradação ambiental. O estudo – que se debruçou sobre um conjunto de quatorze indicadores para fazer sua análise, entre os quais o índice de desempenho ambiental (veja quadro abaixo) – conclui que o progresso recente no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) tem sido obtido à custa do aquecimento global.

IDH e CO2 – A pesquisa identificou que, quando o rendimento médio de uma nação cresce, também aumentam as emissões de dióxido de carbono (CO2) – o gás carbônico, principal poluente do chamado efeito estufa. A renda é reflexo do vigor da economia, que, por sua vez, é traduzida pela aceleração das atividades de produção e distribuição de bens. Com um uso mais intensivo de energia e maior circulação de veículos, é natural que ocorra expansão das emissões deste poluente na atmosfera.
O relatório não identificou relação entre a evolução dos índices de saúde e educação com o dióxido de carbono. Já o crescimento do IDH – como é uma média ponderada destas três variáveis – revelou que tem como contrapartida a ampliação da poluição atmosférica. Esta correspondência não é muito clara entre os países de IDH baixo, mas acelera-se rapidamente a partir de um determinado patamar (que o Pnud denomina ponto de virada). A partir disso, a instituição conclui que mais importante que o impacto em si do desenvolvimento sobre a degradação ambiental é a velocidade em que este acontece. Em outras palavras, os países com melhoria do IDH mais rápida também passam por um aumento mais célere das emissões de CO2 per capita. O Pnud acrescenta que, diante desta constatação, o melhor guia para saber o que esperar do desenvolvimento atual é olhar para as mudanças ao longo do tempo.
Outras ameaças ambientais – A forma com que as emissões de gás carbônico relacionam-se com a renda e o IDH não é a mesma verificada para outros indicadores de meio ambiente. Em resumo, há ameaças ambientais que aumentam com o desenvolvimento e outras não. Outra correlação positiva, segunda a pesquisa, foi encontrada apenas na devastação das florestas.
O relatório do Pnud chama a atenção ainda para um estudo de Barry B. Hughes e Randall Kuhn que mostra que as curvas entre o IDH e a poluição urbana e da água, bem como o acesso a saneamento, são em U invertido. Isso que significa que, à medida que o desenvolvimento aumenta, a degradação ambiental medida por esses itens piora gradativamente. Contudo, chega um momento em que a alta do IDH tem como contrapartida a melhoria destes desses indicadores. A explicação é intuitiva: os governos passam, à medida que os países enriquecem, a ser pressionados por suas populações a oferecerem ambientes mais limpos e saudáveis.
Desigualdade é má – Apelando a métodos que a pesquisa classifica como “quase experimentais”, foram identificadas algumas relações entre desigualdade e problemas ambientais. Um exemplo é a descoberta de que níveis mais elevados de desigualdade de gênero apontam para patamares mais baixos de sustentabilidade. Da mesma forma, o desmatamento e a poluição levam a piores índices de IDH – o que fica mais fácil entender quando se sabe, por exemplo, que metade da subnutrição mundial é atribuível a fatores ambientais. Diante dessas evidências, o estudo conclui que “a desigual é má, não só intrinsicamente, mas também para o meio ambiente”.

ranking do índice de desempenho ambiental
Alerta para o futuro – O Relatório de Desenvolvimento 2011 faz também um alerta para as próximas décadas: a degradação ambiental pode botar a perder parcela das conquistas no terreno do desenvolvimento. O Pnud lembra que os últimos 40 anos (1970-2010) fizeram com que os países listados entre os 25% inferiores na classificação do IDH melhorassem seu desempenho em 82%, o dobro da média global. Se este fenômeno se repetisse até 2050, a maioria dos países alcançaria níveis de IDH semelhantes ou superiores aos daqueles que estão no top do ranking hoje. A proeza, contudo, dificilmente será repetida porque a escalada dos riscos ambientais tende a interrompê-la. Para medir os riscos futuros, a pesquisa traça algumas hipóteses. Tomando por base àquela que chama de cenário de “desafio ambiental” – que capta os efeitos adversos do aquecimento global na produção agrícola, no acesso a água potável, no saneamento e na poluição –, o IDH global será 8% menor. Se a conjuntura for de “catástrofe ambiental” – desmatamento descontrolado, degradação do solo, reduções dramáticas da biodiversidade e aceleração dos fenômenos climáticos extremos –, este índice será 15% inferior. Em ambos os casos, as pessoas dos países mais pobres correm maior risco.

Quase um terço das pessoas não sabe das mudanças no clima

Estatísticas mostram que muita gente no planeta ainda desconhece o problema das alterações climáticas, apesar das provas científicas de sua gravidade. Sondagem mundial da Gallup mostra que 40% das pessoas não têm consciência do assunto.

SOMOS 7 BILHÕES

Mundo chega a 7 bilhões de pessoas

Confira curiosidades e números

A população mundial alcançou a marca dos 7 bilhões de habitantes nesta segunda-feira (31) por volta das 4h, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), e uma pequena filipina de nome Danica, nascida em Manila, foi a escolhida inicialmente para simbolizar os desafios planetários de crescimento demográfico. Rússia e Índia também reivindicam o nascimento do bebê-símbolo.


O planeta atingiu a população de seis bilhões em 1999. Na ocasião, a ONU escolheu Adnan Nevic, um menino nascido em Sarajevo, como representante simbólico da marca. Desta vez, a ONU optou por não designar nenhuma criança com antecedência e vários países pretendiam reivindicar a efeméride.

"É muito bonita. Não posso acreditar que seja a habitante sete bilhões do planeta", comentou emocionada a mãe da menina. Danica receberá uma bolsa de estudos e seus pais uma quantia em dinheiro para abrir uma loja.

Danica May Camacho, nascida no domingo, dois minutos antes da meia-noite, no José Fabella Memorial Hospital, um centro público da capital filipina, tem 2,5 quilos. Seus pais, Florante Camacho e Camille Dalura, foram felicitados por representantes das Nações Unidas.

"O mundo e seus sete bilhões de habitantes formam um conjunto complexo de tendências e paradoxos, mas o crescimento demográfico faz parte das verdades essenciais em escala mundial", declarou a representante do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) nas Filipinas, Ugochi Daniels.