"O mundo é formado não apenas pelo que já existe, mas pelo que pode efetivamente existir." Milton Santos - Geógrafo..

terça-feira, 16 de março de 2010

Antártida II

Brasil foi um dos últimos países do mundo a aderir ao Tratado da Antártida, em vigor desde 1961. Esse tratado estabeleceu que a Antártida será usada somente para fins pacíficos, com liberdade de pesquisa científica e promoção da cooperação internacional, proibindo-se: (1) qualquer atividade de natureza militar, (2) reivindicações territoriais, (3) explosões nucleares e (4) deposição de resíduos radioativos.

Uma ratificação posterior do tratado, o chamado Protocolo de Madri, assinado em 1998, declara a Antártida reserva natural do mundo, consagrada à paz e à ciência, proibindo que nos 50 anos seguintes seus recursos minerais sejam explorados.

Somente em 1975 o Brasil passou a fazer parte do conjunto de países que pretende desbravar a Antártida - o continente gelado, que corresponde quase ao tamanho da América do Sul, com 14 milhões de km2, onde há trechos em que a espessura de gelo chega a 5 km (a espessura média é de 2,7 km) e cuja temperatura oscila, no litoral, de 0oC no verão a -15oC no inverno, e, no interior do continente, de -32oC no verão a -65oC no inverno.

Programa Antártico Brasileiro

Em 1982 foram iniciadas as atividades científicas brasileiras na Antártida, com a instalação do posto mais avançado de ciência e pesquisa extracontinente. Em 16 de fevereiro de 1984 foi inaugurada a Estação Antártida Comandante Ferraz, situada na Ilha Rei George, às margens da Baía do Almirantado, no arquipélago Shetland do Sul.

Houve também a implantação do Programa Antártico Brasileiro - o Proantar, dedicado a pesquisas nos campos de ciências da atmosfera, da terra e da vida. A partir de 2002, os cientistas brasileiros incrementaram suas pesquisas voltadas às mudanças ambientais no planeta e à presença humana e seus reflexos na Antártida, continente que exerce influência no equilíbrio meteorológico mundial.

O primeiro grupo de cientistas e técnicos brasileiros que se dirigiram à Antártida foi transportado por um velho quebra-gelo dinamarquês, com mais de 30 anos de idade na época, comprado pela Marinha e batizado com o nome de Barão de Teffé. A partir de 1994, a base brasileira passou a contar com o apoio do navio oceanográfico Ary Rongel, equipado com instrumentos avançados.

A base brasileira está localizada a cerca de 3.200 km de distância do Pólo Sul geográfico, e é composta por duas dezenas de pessoas, incluindo cientistas, técnicos e pessoal de apoio, todos instalados em cerca de cinco dezenas de contêineres dispostos como se fossem um navio, com um longo corredor ligando os camarotes às salas localizadas nas duas extremidades.

Nesses contêineres estão instalados: uma biblioteca, um salão de ginástica, três laboratórios, sala de estar, cozinha, garagem para os esquis-motocicletas, carpintaria, enfermaria, a sala dos geradores e um depósito para reciclagem de lixo.

2 comentários: